Macaroons ou Cestinhas de Coco com Calda de Chocolate
O nome original desse doce é bem pomposo – macaroons -, mas lá no fundo ele é mesmo um primo da nossa cocada. A diferença é que o sabor do coco fica mais pronunciado porque a receita dispensa leite. Aliás, é muito bom saber que algo feito com apenas quatro ingredientes super fáceis de achar, que todo mundo normalmente já tem na cozinha, fica essa delícia toda. Não é pra menos que essa receita da Alice Medrich é um hit na internet norte-americana.
Na receita original, os macaroons têm um formato mais parecido com um bombom, como na foto abaixo.
Biscoitos Linzer: Faça você mesmo e presenteie pessoas queridas!
Já é o terceiro Natal seguido que presenteio meus familiares com biscoitos feitos em casa. Eu que não sou super fã de Natal, mesmo assim adoro quando chega essa parte do ano porque sei que, pelo menos durante algumas horas ou um dia inteiro, eu vou sair da correria de fim de ano para me concentrar em um atividade mais tranquila, que me traz satisfação. Quando um amigo, familiar ou namorado oferecem uma mãozinha, é só alegria. A sensação é de que o reencontro de final de ano já começou e que o Natal é mesmo o que deveria ser: a partilha de alimentos com quem se gosta.
Não vou mentir, biscoitos quando feitos em grande quantidade tomam tempo. Escolher a receita, comprar os ingredientes, achar a embalagem, abrir a massa, cortar, assar, embrulhar… Sem falar que é preciso colocar a massa na geladeira umas trocentas vezes para evitar que o biscoito derreta de vez. Ufa… É trabalhoso, mas esses biscoitos Linzer valem cada minuto do seu tempo e cada ruga de preocupação com catástrofes culinárias em potencial. :-)
O sabor é uma delicadeza pura. A massa não é muito amanteigada e só é doce o suficiente para contrabalancear o azedinho da geleia de framboesa. A textura não fica atrás em sutileza, o biscoito esfarela na boca e deixa um gosto de amêndoa e canela, que combina super bem com a geleia de framboesa. Além do sabor nota 10, o biscoito é lindo.
Não podia ser diferente: todos que receberam adoraram o mimo!
Extrato de Baunilha Caseiro
Se a baunilha for natural, ela vai adicionar um sabor sutil de caramelo e um perfume adocicado às suas receitas. Se for artificial, ela pode tornar tudo muito doce, enjoativo até.
Mas usar a fava de baunilha nem sempre é possível. Ela é muito cara – e esse preço alto é compreensível. Primeiro: são apenas alguns poucos insetos capazes de polinizar suas flores. Segundo: cada uma de suas flores se abre somente por 24 horas. Dá para perceber que é bem difícil o inseto correto chegar no momento exato em que a flor da baunilha está aberta. Por isso, os produtores têm que polinizar cada florzinha à mão, o que evidentemente aumenta o preço de custo (só para dar uma ideia: atualmente no Brasil apenas UMA fava custa de 7 a 10 reais e o extrato natural feito no Brasil custa cerca de 30 reais para 30ml!). Há maneiras de achar favas mais baratas, encomendando no exterior ou no site Mercadolivre, mas há certo risco de o produto ou a transação não ser tão confiável. Não é surpresa que muita gente acabe optando pela essência de baunilha, que é um produto artificial.
É por isso que meu bolso agradece de coração que o extrato caseiro seja uma solução relativamente barata, fácil e, na minha opinião, com resultados até melhores do que os já muito bons extratos naturais comercializados. Dos ingredientes que valem a pena se dar o trabalho de fazer do zero na cozinha, o extrato de baunilha é um dos mais fáceis e importantes, já que vai trazer a seus doces uma dimensão a mais, realçando a combinação final de sabores.
Além das favas, você vai precisar apenas de um pote de vidro que possa ser hermeticamente fechado e de um pouco de bebida alcóolica para encher o vidrinho. Pronto, é isso! Nem dá para chamar de receita… Uma dica importante e que gera resultados melhores é você dividir o seu extrato em dois vidros diferentes, pois enquanto você usa um, o outro está lá, fechadinho, extraindo e concentrando as substâncias naturais da baunilha – o que faz com que o líquido fique com um sabor muito mais adocicado e caramelado.
Na foto acima, o vidro da direita, com a cor mais clara, é novo em folha. O líquido dele já está mais douradinho porque usei uma cachaça envelhecida em barril de umburana, que tem uma coloração naturalmente amaraleda. Já o vidro da esquerda, mais escuro, tem muitos anos de vida. Eu fui adicionando cascas de favas de baunilha sempre quando eu usava as sementinhas para fazer uma nova receita, tal como sorvete de creme, por exemplo. Mas não precisa se preocupar! Não é absolutamente essencial colocar mais cascas pois a baunilha tem força o suficiente para aguentar várias novas levas de álcool sem perder a força, ok?
Morangos Silvestres ou Moranguinhos
Foi uma alegria quando descobri essas frutinhas no meu quintal. Mais conhecidos como moranguinhos na região de Mariana e Ouro Preto, onde moro, o nome científico deles é Rubus rosifolius. Eles gostam de lugares sombreados e é sempre uma surpresa boa encontrar um aqui, outro acolá (os morangos silvestres parecem sempre se revelar aos pouquinhos).
São parecidos com framboesa: a cor é similar e eles também são ocos por dentro. Mas o formato do morango que cresce nativo em Minas Gerais, e do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, é um pouco menos alongado que o da framboesa, e os gominhos da fruta são também menores.
Não só os seus frutos são lindos, mas também suas flores, brancas, como se pode ver na foto abaixo, em que a flor já está virando fruta.
Quando estão bem maduros, não são nada azedos. Mas o problema é conseguir uma mão cheia deles ao mesmo tempo.
Ragu de Linguiça e o Pão Nosso de cada Dia
A receita desse ragu vem de um livro lindo que é na verdade sobre pão de fermentação natural, mas como ragu é ótimo para comer com pão, ele e mais outras ótimas receitas entraram de carona. No livro do Luiz Américo, tudo funciona, tudo é bem explicado, e o melhor: a redução dos passos que ele propõe não afeta o sabor do pão. Aliás, bem ao contrário, os pães do livro têm um gosto ácido e complexo. Completamente viciante.
Assim como os pães de fermentação natural, o ragu de linguiça precisa de tempo para apurar o sabor. São três horas no fogo. Sim, três horas! Mas como os pães, eles precisam de pouca supervisão. Na maior parte do tempo, o ragu se vira sozinho, mas é sempre bom dar uma espiadinha de vez em quando para ver se não tá pegando no fundo da panela.
Já usei linguiça comercial, de marca famosa, e linguiça artesanal do interior de Minas. Nem precisa dizer que a última deu de 10 x 0 na primeira. O tipo do vinho tinto também é importante. Para usar em ensopados de carne, eu prefiro os mais frutados, então normalmente escolho merlot ou pinot noir em vez de cabernet. Mas se o dinheiro estiver curto, eu optaria por usar água. Sim, vai dar um resultado diferente, mas se você usar uma linguiça de qualidade, acredito que o sabor será igualmente gostoso.
Sopa Cremosa de Abobrinha com Cogumelo e Manjericão
Muito maior que a soma entre as suas partes, essa sopa de abobrinha cremosa surpreende. Para os incrédulos, que acham a abobrinha um legume irremediavelmente sem graça,o cogumelo dá um tchan a mais, e a sopa vira festiva. Mas para aqueles que já acham a abobrinha merecedora do papel principal, ou para aqueles que querem uma sopa mais barata para o dia-a-dia, basta omitir o cogumelo que a sopa fica assim mesmo uma delícia.
Maçãs Assadas com Canela e Vinho do Porto
Procurando sobremesas que não fossem tão calóricas, me deparei com um monte de receitas de maçãs assadas na internet. De todas as muitas que experimentei, essa da Tessa Kiros é a melhor. É tão boa que ela passou a ser uma das minhas sobremesas favoritas quando o frio chega. Tudo bem, não é pra menos, ela leva vinho do porto e manteiga, o que fazem com que a receita saia em grande estilo da categoria light!
Mas não ser light não significa que a sobremesa não seja saudável: além de ela ser uma forma de fazer a gente querer comer fruta no frio, ela leva apenas ingredientes naturais, numa proporção balanceada, e o cheirinho de canela no forno faz muito bem à alma!
Mingau de Leite Queimado e Aveia
Eu adoro os dias de inverno na serra de Passagem de Mariana, onde moro. Mas quando a noite vem, ou quando o dia está apenas nascendo, faz um frio de doer que afeta meu humor – é uma chatice sem tamanho. Pra perder a vontade de hibernar, eu faço de tudo pra manter meu corpo aquecido. Sopas, chás e mingaus viram então a minha salvação para inventar uma espécie de microclima pessoal, que me acompanha por onde vou. /
Política no Quintal!
É tudo uma questão de prática!
Se você aprender a se organizar e cozinhar suas próprias refeições diariamente, você vai aprender aos poucos a identificar ingredientes de excelente qualidade.
Na verdade, é tudo mais simples do que parece. Ingredientes de qualidade são os mais frescos possíveis. São aqueles que não viajaram milhares de quilômetros antes de chegar à sua mesa e que não foram colhidos antes da hora. Acreditem, isso muda muito o sabor.
Sabe aquela pamonha com o gosto inigualável que você comeu no interior de Minas? Ou aquele ensopado de frango caseiro, às vezes feito no fogão de lenha, que você não tem ideia porque o seu não fica igual? No caso da pamonha, o gosto incrível vem do tipo de leite usado, um leite gordo de vaca necessariamente fresco, nem de longe parecido com o leite de caixinha. O sabor vem também do fato de o milho ter sido recém colhido. Aliás, o milho é um exemplo radical, pois no exato momento em que é colhido o açúcar em sua composição passa a se transformar em amido numa velocidade abissal, o que faz com que em poucos dias ele passe de um sabor delicioso e cheio de nuances a quase um sabor de maizena.
Isso também é o que acontece com aquele brócolis aguado, que nem o azeite da melhor qualidade dá jeito. E também com o frango, que não é legume, mas em termos de sabor vai perder intensidade do mesmo jeito. Até mesmo aqueles frangos de boa qualidade, que tiveram uma alimentação variada. Se eles esquentaram a prateleira do supermercado por meses e meses a fio, eles não vão ter o mesmo sabor dos frangos abatidos mais recentemente. Você vai ter que se virar, normalmente besuntando o bendito uma quantidade razoável de gordura e tempero e rezando para que, no final, o sabor insosso da carne não apareça tanto em meio ao molho, este sim saboroso graças aos ossos da ave.
Claro, há exceções a essa regra – a abóbora inteira é uma delas, ela se conserva bastante bem! Mas, em geral, a regra é essa: quanto mais fresco, melhor!